A estudante brasileira Laura Noda,Slots eletrônicos, 27, se trancou com colegas de classe na sala de aula para escapar do ataque a tiros em uma escola da Suécia,rpg.bet, na terça-feira (4). Um homem de 35 anos fortemente armado invadiu o local, matou ao menos dez pessoas e feriu outras seis. As autoridades suecas afirmaram que esse foi o pior massacre da história do país.
Laura cursa o nível fundamental de sueco na escola e tinha aula até 14h45. O ataque ao centro de educação para adultos Risbergska,jackpot world, na cidade de Orebro, região central da Suécia, a 200 km de Estocolmo, foi reportado às autoridades às 13h no horário local (9h no horário de Brasília).
Ela conta que saiu da sala para ir ao banheiro pouco antes dos tiros começarem. "Eu tinha aula das 12h30 às 14h45 na terça. Saí da sala para ir ao banheiro e por sorte voltei um pouco antes dos dois primeiros tiros. Assim que ouvimos, nos olhamos confusos e achamos que eram portas batendo ou mesas caindo em outra sala, mas começaram mais tiros e uma colega de classe veio correndo para avisar que tinha algo grave acontecendo".
Brasileira se trancou na sala com colegas de classe. "Trancamos as duas portas, colocamos cadeiras e mesas para ajudar, e casacos para tampar um vidro que dava para ver do lado de fora da sala".
Todos se esconderam abaixados enquanto ouviam os tiros no corredor do lado de fora, diz Laura. "Eram muitos tiros acontecendo, parecia muito perto da nossa sala, mas só descobrimos depois que os tiros estavam sendo disparados no nosso corredor", lamenta.
A estudante e os seus colegas não se feriram. Eles aguardaram trancados por duas horas até serem liberados pela polícia. O grupo deixou a escola pela saída de emergência. "Foram duas horas trancada. Nesse tempo eu só mandava mensagem para o meu noivo, que estava esperando do lado de fora da escola, porque assim que os tiros começaram eu já avisei a ele".
Laura lembra que sentia medo e só pensava em enviar mensagem ao noivo. "No início, achava que era alguma pegadinha por não saber como é o barulho de um tiro, mas depois de perceber que estava mais perto do que imaginava, eu só senti medo e só conseguia pensar em mandar mensagem para o meu noivo".
A estudante mora na Suécia há um ano e meio. Ela se mudou para o país por causa do noivo, que é sueco. A brasileira diz que não conhecia o atirador. Laura afirma que ainda não sabe quem são os dez mortos do massacre. As autoridades suecas não divulgaram os nomes das vítimas. "Um trauma que nunca imaginei passar, é indescritível", resume.
Na primeira hora foi aterrorizante porque não sabíamos de nada, todos ficaram na mesma posição até vermos que tinham policiais nos corredores. Eles nos avisaram para continuarmos na sala. Nessa hora foi um grande alívio, todos relaxaram um pouco. Saímos vivos, sem nenhum ferimento, apenas com o sentimento de trauma.
Laura Noda
O atirador foi identificado pela mídia sueca como Rickard Andersson, 35.
Ele era recluso e gostava de ficar sozinho. Fontes ouvidas pelo jornal sueco Aftonbladet revelaram que o homem parecia não gostar muito de pessoas, não tinha emprego e estava solitário nos últimos anos. "Ele tinha um amigo com quem saía muito, mas não agora", disse um parente em entrevista ao periódico.
Familiares disseram que ao longo dos anos ele se afastou dos parentes e passou por momentos difíceis. A polícia sueca disse que não havia evidências de que o suspeito, de 35 anos, tivesse "motivos ideológicos", acrescentando que o agressor parecia ter agido sozinho e se matou com um tiro no local.
O suspeito foi recusado pelo serviço militar sueco. Documentos do governo obtidos pelo Aftonbladet mostram que o homem foi informado de que não teria direito ao serviço militar porque não tinha as devidas qualificações. Um dos requisitos é ter concluído o ensino médio.
Andersson tinha licença para portar quatro rifles. Segundo a mídia sueca, durante o crime, o homem teria utilizado três rifles, uma faca e uma espingarda. A informação das armas ainda não foi confirmada pela polícia. Na Suécia, para obter a licença do porte de arma é preciso passar por um teste de aptidão. É a polícia que faz a avaliação. Um dos requisitos é que o solicitante tenha licença de caçador.
O atirador teria vestido roupas militares durante o ataque. Segundo as primeiras informações, o homem teria poupado a vida de algumas pessoas que encontrou pelo caminho. Não há detalhes dos motivos que levaram Rickard Andersson a cometer o pior massacre da história da Suécia.
Não há motivação terrorista por trás do ataque, segundo as autoridades. O atirador não tinha condenações anteriores, não era conhecido pelas forças de segurança antes do tiroteio e não tinha ligação com nenhuma gangue. O tiroteio está sendo investigado como "tentativa de homicídio, incêndio premeditado e crime agravado com armas".
O brasileiro Lucas Silva, 25, afirmou que o homem de 35 anos era uma pessoa tranquila e educada. Eles eram vizinhos de porta. Em entrevista ao UOL, Lucas, que é engenheiro e trabalha na Suécia há dois anos, contou que não tinha intimidade com o responsável pelo ataque na escola, mas que sempre encontrava com ele nas áreas comuns do prédio. "A gente se via e ele me cumprimentava, sempre falava comigo no elevador, dava boa tarde, boa noite, parecia ser uma pessoa tranquila e muito educada", relatou.
Lucas disse que nunca percebeu algo estranho no apartamento do atirador. "Nunca ouvi ele gritando ou algo assim. Sempre foi muito respeitoso. Fiquei muito surpreso de forma negativa ao descobrir que o meu vizinho poderia cometer isso a qualquer momento."
O tiroteio é o pior ataque a tiros já registrado na história do país. A confirmação veio do primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson. O rei sueco Carl XVI Gustaf disse que recebeu a notícia do tiroteio com "tristeza e consternação".
O primeiro-ministro lamentou as mortes durante uma coletiva de imprensa. "Vimos hoje violência brutal e mortal contra pessoas completamente inocentes —este é o pior tiroteio em massa da história sueca", disse.
Mortos ainda não foram identificados. A polícia não informou se as vítimas eram alunos ou professores da escola. Cerca de 2 mil alunos frequentam o local. "Um rapaz ao meu lado levou um tiro no ombro. Ele estava sangrando muito. Quando olhei para trás, vi três pessoas no chão sangrando. Todos ficaram chocados. Eles disseram: 'Saiam! Saiam!'", disse Marwa, uma estudante da escola, à emissora TV4.
Escola é frequentada por estrangeiros. Muitos alunos do sistema de escolas para adultos da Suécia são imigrantes que buscam qualificações para ajudá-los a encontrar empregos no país e, ao mesmo tempo, aprender sueco.
Seis feridos foram levados ao hospital. Cinco das seis vítimas que foram atendidas no hospital —quatro mulheres e dois homens— precisaram ser operadas por ferimentos a bala e permaneciam em estado grave, informaram as autoridades regionais.
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